Espetáculo livremente inspirado em "Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny", de Bertolt Brecht, narra a história de três criminosos, Lucrécia Gavetão e seus dois filhos, Sem Eira e Nem Beira, que, perdidos no meio do nada, fugindo da polícia e sem ter para onde ir, resolvem fundar uma cidade, a cidade dos prazeres: Arapucaia.O grupo Forte Casa Teatro - sediado no Teatro Denoy de Oliveira, desde 2004 - apresenta o seu sexto trabalho, desta vez com uma montagem especialmente preparada para apresentação de rua, que estreiou no dia 10 de maio e reinicia em julho uma nova temporada.
Serviço:
Datas: 19/07, 26/07, 02/08, 09/08. 16/08, 23/08 e 30/08 (domingos)
Horário: 12h . Ingresso: Gratuito (ao ar livre, em caso de chuva, não haverá espetáculo)
Local: Pça. Dom Orione, Escadaria do Bixiga. Classificação: Livre.
Ficha Técnica:
Direção: Magê Blanques . Direção Musical: Luciano Carvalho . Elenco: Erika Coracini, Rebeca Braia, Wilson Mandri, Lu Maia, Gabriel Vilas Boas, Thiago Henrique, Bruna Amado, André Telles e Drica Mioni . Figurinos: Magê Blanques . Criação e Confecção de Máscaras: Ivanildo Piccoli
Forte Casa Teatro
Arapucaia vem pra rua e pede passagem. A praça Dom Orione, no Bixiga, será palco, no dia 10 de maio, às 12:00h, da estréia da peça Arapucaia, concebida a partir da obra de Bertolt Brecht, Ascensão e Queda de Mahagonny. A adaptação, montada pelos integrantes do grupo Forte Casa Teatro, busca trazer para mais perto do espectador brasileiro – pessoas das mais diversas origens que transitam pelas ruas da cidade – a própria peça e as idéias que o dramaturgo alemão expõe através dela. A apresentação da peça – dirigida por Magê Blanques, com elenco de dez integrantes, se dá num momento propício: ela foi escrita durante a chegada do furacão que provocou a Grande Depressão, 1928 a 1929, e está indo para a rua de São Paulo quando as novas turbulências, mais uma vez por estouro de gigantescas bolhas nas bolsas estadunidenses, volta a mergulhar a economia mundial numa crise que questiona os próprios fundamentos a partir da qual essa economia funciona. Assim como na apresentação anterior, Alembrar, a fábula de uma cidade, agora Arapucaia, serve de pano de fundo para colocar diante do espectador a discussão da arte e seus valores reais, no momento em que a sua mercantilização atinge o paroxismo e a reduz a uma mercadoria acrítica que busca garantir a venda através do estímulo apenas sensações às pessoas, as quais ela, paradoxalmente, anestesia. Essa contradição é exposta ao passante na rua, que é atraído até a peça pela música, vestuário, cenário, ousadia gestual, mas em particular pelo uso de elementos do carnaval, a exemplo do estandarte com o nome da cidade onde tudo será permitido na busca do prazer, menos a falta de dinheiro para pagar por ele. Da falta de dinheiro nem mesmo o herói, que salva a cidade da crise – mergulhando-a nela mais fundo ainda – é poupado.
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